quarta-feira, fevereiro 22, 2006

É isso aí...




Como a gente achou que ia ser
A vida tão simples é boa
Quase sempre.

É isso aí...
Os passos vão pelas ruas
Ninguém repa...rou na lua
A vida sempre continua.

Eu não sei parar... de te olhar
Eu não sei parar... de te olhar
Não vou parar... de te olhar
Eu não me can...so de olhar
Não sei parar... de te olhar.

É isso aí...
Há quem acredite em milagres
Há quem cometa maldades
Há quem não saiba dizer a verdade.

É isso aí...
Um vendedor de flores
Ensina seus filhos
A escolher seus amo...res

Eu não sei parar... de te olhar
Eu não sei parar... de te olhar
Não vou parar... de te olhar
Eu não me can...so de olhar
Não sei parar... de te olhar.

É isso aí...
Há quem acredite em milagres
Há quem cometa maldades
Há quem não saiba dizer a verdade.

É isso aí...
Um vendedor de flores
Ensina seus filhos
A escolher seus amo...res

Eu não sei parar... de te olhar
Eu não sei parar... de te olhar
Não vou parar... de te olhar
Eu não me can...so de olhar
Não vou parar... de te olhar.

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Vênus Veneratio.




Escrevendo um texto sobre as várias faces de Vênus, enquanto atrás de mim a cama desarrumada e vazia, lembrava a noite apaixonada que se passou. E já sentindo saudade, ainda que apenas uma hora ou duas havia se passado e que passariam mais umas duas para que ela voltasse para casa. Exagerado alguns diriam, sentir saudade por tão pouco tempo. Porém creio que Vênus justamente por ter nascido da ultima ejaculação de Urano, é uma vingança de seu pai a Cronos, pois tanto a beleza como o amor subvertem o tempo, fazendo que este passe rápido nos momentos em que os amantes estão juntos e se prolongando indefinidamente quando separados.
Enquanto escrevia sobre as faces desta e falava do Veneratio, palavra derivada de Vênus, que para os romanos significava a entrega total de um ser humano às divindades, pensava que no amor esta entrega de si mesmo a amada é parte fundamental do amor. Se no Veneratio romano a pessoa se entregava ao destino despojado de todos os preconceitos e de seu passado, vivendo o presente sem se importar com o futuro, no Veneratio amoroso também esquecemos os preconceitos e o passado, mas não visamos apenas o presente, mas queremos que este se eternize.
No Veneratio esta entrega total ao outro, não visa como no casamento cristão numa promessa de amor em todas as circunstâncias (na alegria e na tristeza, na pobreza ou na riqueza) cuja a quebra resultaria num castigo eterno pois esta promessa é um juramento feito a Deus; no Veneratio não existe esta promessa e nem a obrigação com o risco de um castigo eterno, mas sim a vontade de pertencer ao outro.
O Veneratio também não é aquela promessa de ambos se unirem numa só carne se tornarem um só, mas se esta entrega é recíproca, ambos atingem a plenitude e são um só com toda a vida, se tornam uno com o universo, embora continuem sendo duas pessoas, cada qual com seus desejos e anseios, mas sempre dispostos a negociar com o outro pela manutenção da relação.
A entrega total ao outro elimina o sentimento de posse, já que a entrega foi feita espontaneamente, a posse deixa de existir, e o que passa a ocorrer é que cada um cuida do outro como um presente recebido dos deuses, e não uma propriedade que deve ser mantida.
Enfim, ainda me pergunto – porque demorei tanto tempo para me permitir esta doação?
E eu mesmo me respondo: – não foi por falta de oportunidade e de amores, mas sim por esta estúpida educação da sociedade dominadora, onde entrega é vista como fraqueza e a conquista é a lei social.
Por sorte nossa vida é longa e temos oportunidade de aprender com ela.


Ode a proteção de Vênus
Josiane Vassoler Favarato

Enquanto as horas passam penso no tempo, sinto o vento...
penso em você.
O frescor da brisa evoca o balançar das ondas, o incerto,
o inesperado, o arfar do peito... o coração.
Vejo-me no precipício, sinto-me com asas...
Mergulho no tempo, caio nas águas, morro para o mundo,
renasço só para mim.
Balbucio palavras sem nexo.
Estou tomada pela paixão, pelo torpor, pelo ardor...
Pela sensação que um dia já senti.
Sinto-me viva, mas impotente, clamo a Vênus que me ouça
e impeça que me atormente a fatalidade de não ter o seu amor
.