Percorrendo os meandros viscerais até o âmago do ser humano, o inferno da mente. E dali retornar um novo ser, sem mais nenhum medo, vencendo as trevas da ignorância.
terça-feira, julho 05, 2005
O Tempo
Hoje acordei e percebi que o mês havia passado sem que eu me desse conta.
Fora as contas que vencem mensalmente, nada mais indicava a passagem do tempo.
Não deu pra perceber que envelheci um mês, afinal já tantas cãs povoam minha cabeça que é impossível perceber se há novas, nem as poucas rugas que tenho (pelo menos eu não as vejo, devo ter me acostumado.), mas de qualquer forma o mês de junho passou sem que eu percebesse e já adentramos em julho.
E não foi apenas isto, foi um pouco mais, Maio também passou muito rápido, possivelmente Abril, Março, Fevereiro e Janeiro também, como se o tempo estivesse descontrolado e voraz como só mesmo o Tempo pode ser. Este abocanha rapidamente e engole as mordidas que dá na minha vida. E percebi que este ano inteiro que passou, e quem sabe o anterior também passaram rápida e placidamente, como nuvens que cortam o céu, sem rastros ou marcas, simplesmente se foram.
Será que vivi com tanta intensidade este ultimo ano, de uma maneira que dias e noites se fundiram com as semanas e quinzenas ?
Bem, pode ter sido isto, de certa forma fui voraz no amor. Amei com bastante força e intensidade este ultimo ano. Escrevi pouco, vi menos filmes, deixei realmente menos rastros de minha passagem na vida. Guardei poucas lembranças, já que neste período, tudo é tão vivo e presente, que nem gastei memória. Os cheiros do amor no quarto, nos lençóis encharcados de suor e impregnados de nós. O calor que fica na cama mesmo depois que ela se vai (onde me aconchego para sonhar com o que acabei de viver). O rastro de roupas, os sapatos e carregadores de celular esquecidos displicentemente pelo quarto, acrescidos pelo desejo de sua volta, não deixam que eu guarde na lembrança as noites que passam, pois só penso nas noites que ainda não vieram, não me lembro do que fizemos, pois só penso no que ainda faremos.
Talvez seja isto, tanto estou no futuro que o tempo passa ao meu redor e não me atinge. Esta sede, creio, faz com que as cãs retrocedem, afinal os velhos é que pensam no passado, eu só penso no futuro. Que é a próxima noite, ou seja Hoje.
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