quarta-feira, novembro 23, 2005

+ muito mais Azul




Quando você cantou pra mim aquela musica, olhando nos meus olhos e sorrindo. Os céus se abriram para que o sol voltasse e agora quando as trevas ameaçam a voltar, lembro do seu rosto e sorriso e olhos e coloco o CD que você deixou gravado pra mim e mesmo que a voz seja da Ana Carolina, mas a lembrança é de você, e tem o efeito de uma oração apotropaica que afasta as nuvens escuras e faz com que o sol brilhe e o sorriso volte ao meu rosto. E a vida percorra meu corpo como uma corrente elétrica fazendo que me coração bata forte e o sangue encharque meu cérebro, me trazendo devaneios e pirações malucas e gostosas das nossas de nossas noites e dias juntos.
Estou quase fazendo um patuá com esta letra para carregar pendurado no pescoço, para poder a qualquer momento apertar junto ao peito para aplacar a dor da distancia, quando passamos algumas horas separados.


Evidencias
(Daniel)

Quando eu digo que deixei de te amar
É porque eu te amo
Quando eu digo que não quero
Mais você
É porque eu te quero

Eu tenho medo de te dar meu
Coração
E confessar que eu estou
Em tuas mãos
Mas não posso imaginar
O que vai ser de mim
Se eu te perder um dia

Eu me afasto e me defendo
De você
Mas depois me
entrego
Faço tipo, falo coisas que
Eu não sou
Mas depois eu nego
Mas a verdade é que sou
Louco por você
E tenho medo de pensar
Em te perder
Eu preciso aceitar que não dá
Mais pra
Separar as nossas
vidas

E nessa loucura de dizer
Que não te quero
Vou negando as aparências,
Disfarçando as evidências
Mas pra que viver fingindo
Se eu não posso enganar
Meu coração
Eu sei que te amo,
Chega de mentiras
De negar o meu desejo
Eu te quero mais que tudo
eu preciso do seu beijo
Eu entrego a minha vida
Pra você fazer o que quiser
De mim
Só quero ouvir você dizer
Que sim
Diz que é verdade que tem
Saudade
Que ainda você pensa muito
Em mim
Diz que é verdade que tem
Saudade
Que ainda você quer viver
Pra mim

Eu me afasto e me defendo
De você
Mas depois me
entrego
Faço tipo, falo coisas que
Eu não sou
Mas depois eu nego
Mas a verdade é que eu sou
Louco por você
E tenho medo de pensar
Em te perder
Eu preciso aceitar que não dá
Mais pra
Separar as nossas
vidas

E nessa loucura de dizer
Que não te quero
Vou negando as aparências,
Disfarçando as evidências
Mas pra que viver fingindo
Se eu não posso enganar
Meu coração
Eu sei
Que te amo
Chega de mentiras
De negar o meu desejo
Eu te quero mais que tudo
Eu preciso do seu beijo
Eu entrego a minha vida
Pra você fazer o que quiser
De mim
Só quero ouvir você dizer
Que sim
Diz que é verdade que tem
Saudade
Que ainda você pensa muito
Em mim
Diz que é verdade que tem
Saudade
Que ainda você quer viver
pra mim
Diz que é verdade que tem
Saudade
Que ainda você quer viver

Un Vestido Y Un Amor (Fito Paez)




Te vi... juntabas margaritas del mantel
Ya sé que te traté bastante mal,
no sé si eras un angel o un rubi
O simplemente te vi.

Te vi, saliste entre la gente a saludar
Los astros se rieron otra vez, la llave de mandala se quebró
O simplemente te vi.

Todo lo que diga esta de más,
las luces siempre encienden en el alma
y cuando me pierdo en la ciudad, vos ya sabés comprender
Es solo un rato no mas, tendria que llorar o salir a matar.
Te vi, te vi, te vi... yo no buscaba nadie y te vi.

Te vi... fumabas unos chinos en Madrid
Hay cosas que te ayudan a vivir
no hacías otra cosa que escribir
Y yo simplemente te vi.
Me fui... me voy, de vez en cuando a algún lugar
Ya sé, no te hace gracia este pais...
Tenias un vestido y un amor...y yo simplemente te vi.

Todo lo que diga esta de mas,
las luces siempre encienden en el alma
y cuando me pierdo en la ciudad,
vos ya sabes comprender... es solo un rato no mas,
tendria que llorar o salir a matar...
Te vi, te vi, te vi... Yo no buscaba nadie y te vi.

sexta-feira, novembro 11, 2005

Para minha Deusa




Quando te perdi, me esqueci dos deuses e o universo deixou de ter sentido. Penetrei num mundo amorfo envolto em brumas, e não reconhecia nem mesmo os sendeiros do meu próprio labirinto. Tateava pelas paredes buscando os caminhos para o centro que não mais existia, repetia de olhos fechados a dança do grou, que antes sempre me levava de volta ao meu trono, mas o que agora conseguia era apenas me estatelar pelas paredes de pedra, que mudaram todas de lugar.
Não reconhecendo minha casa, não me conhecia mais. Perdendo-te, perdi também a mim mesmo, perdi rumo e vontade, e sem mais referencias parei de reagir e caminhando sem os deuses na nevoa percebi, que você, que eu acreditava ser o meu derradeiro amor, era na verdade o primeiro, o único amor que tive, numa vida que julgava plena de amores.
Aí descobrindo o amor, depois que te perdi, acabei me redescobrindo. Percebi em mim as dores humanas e parte da minha humanidade perdida, e aí como homem reconheci meus erros. E embora sendo tarde demais, busquei você.
Ao te reencontrar vi nos seus olhos as escuras fontes de onde brotam as águas potáveis e límpidas, nascentes de toda a vida, e neles ainda existiam amor e não mais me importavam suas palavras, pois o seu olhar não conseguiu mentir pra mim, o nosso amor ainda era vivo e forte, e os deuses que eu havia abandonado, um a um voltavam a se aproximar.
Eros este pequeno demônio, filho da beleza e da guerra, que para Platão era filho da necessidade e penúria, pois era o ultimo dos sentimentos a abandonar aos homens, foi o primeiro a voltar e antes mesmo que eu recobrasse o juízo, arrancou meu coração do peito. Athena, que simboliza a razão, endureceu seu coração, para que os sentimentos ali não penetrassem, e você atendesse aos meus apelos. Hera que não admite rompimentos, me deu de presente a loucura, que tal qual a Dionísio, me dava gana de devorar a Terra, percorrendo as estradas sem destino para fugir da suas palavras e atitudes racionais. Por muito pouco não me perdi, pois, pouco conhecia do mundo que cerca o meu labirinto onde sempre fui o rei e o senhor.
Assim vazio e louco, tudo que eu queria era apagar minhas lembranças e esquecer você, mas fazendo isto, eu estaria negando a mim mesmo, e tudo de bom que existiu entre nós. E ao me negar, mataria aquele que me transformei ao te conhecer. Mas melhor a morte do ego, que a dor de viver sem você.
Planos feitos, durante minha insanidade, a minha vingança seria que você também me perderia, pois jamais eu voltaria a ser quem eu era.
Foi quando chegou Afrodite, que ao invés de suas bênçãos, me ofereceu a dor, pois me chamou a razão, como imaginar uma vida sem seus beijos, como imaginar o nunca mais? Nunca mais seu cheiro, nunca mais seu calor, nunca mais sua voz seus carinhos, e sua presença. Com isto a Deusa de Chipre, me despertou, pois muito pior que perder você seria nunca mais te ver.
Fui voltando da loucura lentamente, e me perguntando, o que havia acontecido conosco ? afinal, você já tinha me despertado a atenção na primeira vez que nos vimos, anos antes de nos conhecermos, de você se declarar minha pretendente e de nos conhecermos numa noite inteira de beijos. E mais de um ano de uma vida plena a dois.
Aconteceu, que eu me julgava um Deus capaz de controlar todas as minhas emoções, deixando minha lua em câncer, abandonada num canto qualquer. Sentir amor, sempre senti, sempre te amei, mas não o explicitava com as palavras que tanto te faziam falta. Meus atos duros e secos, não eram contra você, mas contra meus erros passados, e para nós, eu queria tudo diferente do que havia sido, e por querer diferente errei, e acabei sendo quem nunca fui, eu mesmo inteiro na relação, e isto me amedrontou, e com medo de tudo que sentia fugi de você.
Afrodite desvelou-se, e mostrou sua face negra, quando a beleza e o amor são instrumentos de tortura e assim, após perder você, perdi o medo de te amar, perdi também meu orgulho e minha força, e me mostrei humilde e fraco. E sem rédeas desembestei como um potro nascido livre a lhe dizer o que sentia e tudo aquilo que havia calado, falei de amores planos e de todas as loucuras que o amor nos leva a dizer.
Com isto descobri que nunca havia te perdido, a verdade é que me perdi de mim mesmo. E agora vejo que é impossível controlar o tempo, e que os erros do passado, só podem ser consertados no futuro e pergunto a você minha deusa:
Vamos recomeçar ? Você quer namorar comigo ?



SUPERHOMEM - A CANÇÃO

Gilberto Gil


Um dia
Vivi a ilusão de que ser homem bastaria
Que o mundo masculino tudo me daria
Do que eu quisesse ter

Que nada
Minha porção mulher, que até então se resguardara
É a porção melhor que trago em mim agora
É que me faz viver

Quem dera
Pudesse todo homem compreender, oh, mãe, quem dera
Ser o verão o apogeu da primavera
E só por ela ser

Quem sabe
O Superhomem venha nos restituir a glória
Mudando como um deus o curso da história
Por causa da mulher

Azuis



Pablo Neruda

Traduções de Ari Roitman e Paulina Wacht

POEMA 15

Gosto de ti quando calas porque estás como ausente,

e me ouves de longe, e minha voz não te toca.

Parece que teus olhos houvessem saltado

e parece que um beijo fechara a tua boca.

Como todas as coisas estão cheias de minh'alma

emerges das coisas cheia de alma, a minha.

Borboleta de sonho, tu pareces com minh'alma,

como pareces com a palavra melancolia.

Gosto de ti quando calas e estás como distante.

E estás como a queixar-te, borboleta em arrulho.

E me ouves de longe, e minha voz não te alcança:

permite que eu me cale com teu silêncio agudo.

Permite que eu te fale também com o teu silêncio

claro como uma lâmpada e simples como um elo.

Tu és como a noite, calada e constelada.

Teu silêncio é de estrela, afastado e singelo.

Gosto de ti quando calas porque estás como ausente.

Distante e dolorosa como se estivesses morta.

Uma palavra, então, um sorriso são o bastante.

E fico alegre, alegre porque a verdade é outra.