quarta-feira, dezembro 31, 2014

Pro Ano Nascer Feliz



Fim de tarde do ultimo dia de 2014, olho para este céu de capa de revista de Testemunhas de Jeová, e sorrio.

Foi um bom ano, mesmo com muito que podia melhorar, foi a princípio um ano muito bom. Voltei a me encontrar comigo mesmo, e com tudo que era importante pra mim e olhando para este céu se abrindo, pensei que se a moira cega me chamasse, eu seria o cara mais sorridente que Caronte veria na fila para atravessar o Aqueronte em sua vida imortal...
Sim, estou feliz, tão feliz, que imediatamente peço aos Deuses que a Fiandeira tenha fiado um fio muito mais longo...

Este ano me reencontrei com o Cezar militante, que lutava pela liberdade e assim lutei contra o que se apresentava como uma nova ditadura, perdi, mas esta perda foi uma vitória, pelo menos pra mim, pois me fez sentir que aquele cara de muitos anos atrás estava vivo e bem vivo!

Me reencontrei com o Cezar aventureiro, com várias viagens por lugares inóspitos, várias visitas a paredões e cavernas com artes rupestres, que me lembraram da minha fé no ser humano, e neste país que vivo, onde a cada dia nos aprofundamos no tempo e vemos coisas pintadas nas paredes tal qual as cavernas anciãs da Europa.
Só não me reencontrei com meus deuses, que nunca haviam me abandonado e mesmo nos momentos mais desesperados, estiveram ao meu lado me garantindo a força pra ir adiante.

Minha namorada/noiva, que me apoiou quando nem eu acreditava tanto em mim, me apoiou e caminhou ao meu lado, e juntos buscamos novos horizontes.

Olho para minha família e vejo filhos fortes e trilhando caminhos independentes, vejo netos, sementes da minha semente, mostrando que meu DNA seguirá em frente, mesmo quando eu me for.

Por tudo isto, agradeço a vida, aos deuses e peço mais vida, pois velho fica quem não tem mais sonhos e eu voltei a sonhar.


Apesar dos pesares, gostei muito de 2014, e que 2015 seja uma sequência deste ano que pra mim foi maravilhoso.

quinta-feira, novembro 27, 2014

O Cio da Vida



Vem chegando o verão
O calor no coração
Essa magia colorida
São coisas da vida...
Não demora muito agora
Toda de bundinha de fora
Top less na areia
Virando sereia


Essa noite eu quero te ter
Toda se ardendo só pra mim
Essa noite eu quero te ter
Te envolver, te seduzir.


Vem chegando o verão... Algo acontece com a vida no hemisfério sul. Não importa o sexo, estado civil, nem identidade de gênero, o tesão toma conta da vida. A grande maioria nem percebe, mas algo estranho acontece para aqueles que não percebem o que acontece com a natureza em torno de si.

Para aqueles que são realmente pagãos, e sentem a sacralidade da natureza e a observam com religiosidade sabem que a grande mãe está fértil, sabem que o ventre de Tellus Mater está fecundo e pronto para reproduzir.
Um mínimo de observação da natureza, nos mostra que os animais, e as plantas que se revigoraram na primavera, agora lançam seus rebentos, e as trepadeiras envolvem o vigor da terra. Os Deuses da Vegetação aproximam-se do seu vigor, de sua potencia reprodutiva e induzem seus filhos ao sexo e a reprodução. Para estes não importa que usem métodos contraconceptivos, condons, diafragmas ou outras artimanhas. O falo do Deus está ereto e pronto, liquido seminal brota com em uma fonte vindo do interior da terra, escorre...

No verão a vida é mais plena, completa. A vitalidade humana está em seu ápice e não podemos negar o chamado da natureza...

sexta-feira, novembro 21, 2014

Todo dia é especial

Nenhuma data especial para comemorar, apenas 1 ano, 8 meses, 5 dias e algumas horas... ou seja, fazem 615 dias e algumas horas que encontrei uma chinesinha magrela no metro, depois de raras conversas na rede por alguns anos.

A principio nem percebi, mas o tempo foi passando e minha vida foi se mudando, ganhou, mais, vida, mais cor. Olho no varal e vejo roupas coloridas onde o preto dominava tudo, na minha casa, as cores ganharam tons mais vivos, ainda que mudassem as cores, espaços e janelas agora nunca mais se fecham, e duas cadelas magrelas, correm pelos tacos de madeira, onde antes existia um horrível carpete sujo.


Tudo foi acontecendo com muita naturalidade, nenhuma mudança brusca, mas a vida foi circulando com mais força, no quarto onde os moveis e coisas da minha mãe falecida, ainda permaneciam como uma mórbido memorial, foi onde as cores realmente mudaram, as paredes fria de um verde gelado, ficaram rosa antigo, com uma parede vermelha, a porta deixou de existir e um novo espaço aberto, a luz entrou. Depois uma biblioteca, que juntou livros espalhados e empoeirados, ganhou um espaço próprio, a eles se juntaram outros tantos que viviam em escuros maleiros e hoje recebem luz e calor do sol, que com a aproximação do solstício de verão, lava a biblioteca e aquece eliminando possíveis fungos. Olho para os meus livros e sinto a felicidade deles por estarem todos radiantes por estarem visíveis, e por saberem, que as vezes encontro algum, e busco um texto da lembrança, e as vezes o leio em voz alta.


Aos Livros se juntou um Piano, que quando tocado ecoa por toda a casa, um dock s
tation potente para mp3, meus computadores e logo terá uma mesa de desenho, pois voltou a necessidade de voltar a pintar e colorir telas. Junto com uma quase obrigação premente de escrever. Agora, aquele espaço dedicado à morte e ao esquecimento, hoje pulula de novas ideias, que ululam e lamentam, por ainda não estarem no papel.


Enfim, hoje não é um dia para comemorar, não é uma data especial, mas é mais um dia para agradecer a mulher, que me estendeu a mão, não para me ajudar, mas sim, para caminhar comigo de mãos dadas, percorrendo novos caminhos, por um mundo mais vivo e colorido. Obrigado Rachel 


China Girl
(Não sei como o Bowie sabia de tudo que acontece no dia que não te vejo, um ano antes de você nascer)

sexta-feira, março 07, 2014

Retornando ao ponto onde interrompi a jornada.


Por vezes, temos que dar um passo atrás para seguir o caminho, ou pegar estradas tortuosas para chegar onde se desejava, ainda que pra isto muitas vezes nos perdêssemos em lugares obscuros.
O importante é não perder seus sonhos ou sua identidade, afinal, quando deixamos de sermos nós mesmos, abdicamos dos nossos sonhos.
Há 11 anos voltando de uma viagem ao Mato Grosso, após visitar alguns sítios arqueológicos com pinturas rupestres e com milhões de minhoquinhas na cabeça, conheci um Padre salesiano, no museu D. Bosco de Campo Grande, onde está um dos melhores acervos de artes e instrumentos indígenas e paleameríndios, que já conheci, este padre tinha interesses parecidos e já tinha rodado toda a região do centro oeste, em seu trabalho e aproveitou para visitar praticamente todos os sítios arqueológicos que existiam por lá. Nesta longa conversa, onde debatemos uma infinidade de conceitos religiosos e antropológicos (adoro gente inteligente) ele me deixou bem claro que eu apenas estava raspando as camadas superficiais do que existia no Brasil, de histórias antes da História escrita de nosso país. E para não prolongar esta conversa com vocês, ele finalizou dizendo que eu deveria ir para Costa Rica, uma cidade emancipada há pouco tempo que tinha em seu entorno sítios ainda inexplorados, em que eu acharia algumas preciosidades.
Estava no fim da viagem, precisando voltar pra casa, pois o trabalho recomeçaria em dois dias, guardei as dicas para uma viagem futura, quem sabe no próximo ano.
Mas o tempo passou e muito do que eu pensava em fazer, não importa por que motivo não pode ser feito. Em pouco tempo minha vida mudou, minha visão sobre a religiosidade ancestral mudou completamente, pois passei a cultuar junto a natureza e é aí que as forças da natureza que comumente chamamos de deuses, falam mais forte e muitas das minhas verdades foram desmoronando, e comecei a ver o universo com outros olhos ao ver que muito que cultuávamos na terra estava reproduzido nos céus, com as constelações, planetas e seus mitos. Orion e o Escorpião, nunca estavam juntos no céu, o Sol para três dias na sua caminhada pelo horizonte nos solstícios e tantas outras coisas que nunca tinham me passado pela cabeça, ainda que eu me autointitulasse neopagão.
Mas meu interesse, pelos antigos cultos nunca deixou de existir e revendo várias das minhas antigas posições sobre deuses e panteões foram balançadas, pois estes deuses que brotavam na natureza se repetiam em várias civilizações e muitas vezes mantinham as mesmas características e muito da iconografia destes deuses também se repetia desde do paleolítico há mais de 30 mil anos em todos os continentes... Desde que o homem começou a contar suas histórias fazendo pinturas e gravações nas pedras de suas cavernas.
Neste meio tempo tive a oportunidade de conhecer a grande arqueóloga brasileira Niède Guidon, que numa conversa informal, confirmou uma das minhas suspeitas, a temática das pinturas rupestres, se repetiam de acordo com a idade delas de maneira muito parecida em três continentes, o americano, o europeu, e o africano. Ou seja, o homem em sua evolução repetia temas de outros povos que nem mesmo sabiam existir, numa clara visão de que o olhar para as forças naturais e universais, fazia parte desta evolução. Os deuses falavam com os homens de maneira muito parecida, possivelmente no mundo inteiro, como se deuses e homens caminhassem juntos.
Mais um tempo se passou e finalmente consegui chegar à região de Costa Rica e Alcinópolis e me surpreender com alguns sítios Arqueológicos e entender tudo o que aquele padre conversou comigo há 12 anos. E por mais estranho que possa parecer, não teria adiantado muito ter ido ver aqueles sítios, já que sem dúvida nenhuma, não iria vê-los com toda a compreensão que tenho hoje, o que teria sido uma viagem praticamente inútil.

Tudo isto para dizer pra vocês, principalmente para aquelas pessoas que me seguem a muitos anos, que minha crença no Destino, é muito bem fundada por coisas que acontecem na minha própria vida. Ter retomado algo que cortei há muitos anos é uma prova que eu precisava ganhar conhecimento para descobrir muito sobre mim mesmo, sobre o que acredito e sonho. Posso tranquilamente agora parar de dar voltas sobre voltas no meu Labirinto, e finalmente voltar a escrever...