segunda-feira, setembro 17, 2007

O mar que me desgoverna

O Mar que mora em mim é plácido e calmo. Navego por minhas próprias águas, caminho por elas e sua força me sustenta. Viajo por toda sua extensão, seus sonhos e fantasias.

Mergulho também em outro mar, este externo que me acolhe e recebe meu corpo, envolve minha pele e todas as minhas vontades um mar de desejos e promessas.

O mar de fora e que me abraça, cinge meus cabelos de algas e me coroa de espuma, costuma se unir ao meu oceano interior e funde a terra e a água fazendo que só exista um mar verde esmeralda prenhe de possibilidades e futuro.

Porém por vezes este mar se afasta numa vazante que transforma minha praia num imenso deserto seco e vazio, levando consigo as ocêanides, os peixes coloridos e os reflexos da lua e das estrelas.

Este refluxo regido pela Lua leva as águas que me envolvem para longe de mim, fazendo que meu sangue e todos os liquido do meu interior, queiram acompanhar o mar que se esvai, se afasta e foge.

Este turbilhão desperta aquele que causa terremotos, que chega com um uma manada de cavalos indomáveis num tropel alucinado com cascos de prata, que soam como trovões subterrâneos brotando do interior da terra.

Se o mar deixa de beijar a terra com o vai e vem de suas ondas, a ordem do universo é quebrada e todo pode se perder. O clamor do que sacode a terra é rápido e destruidor, mas retorna a placidez com a virada da maré, quando influxo novamente lambe a praia e a água volta

Somente a visão da escondida trazida pelos delfins pode acalmar o deus cavalo soberano das tormentas Ctônias. Maremotos e furacões brotam no mais profundo do ser e escapam como impropérios através dos dentes, quando só queriam dizer: Volta, me envolve antes que o fogo seque as águas e o mar que existe em mim.


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