Uma estrela agoniza e morre, para depois renascer numa supernova e recriar a vida em torno de si, assim também acontecem com os deuses, que morrem e renascem em novas iconografias, acontece também conosco e o símbolo desta vida é Dionisio.
Ele é o deus dos múltiplos renascimentos, nasceu de Perséfone para morrer ser esquartejado e comido pelos titãs, do seu corpo despedaçado resta apenas o coração, o motor da vida, o núcleo sólido das estrelas, que atrai e junta tudo que gravita em torno dele, o nosso coração humano, faz com que o sangue circule por todo nosso corpo. O coração de Dionisio resiste até mesmo a falta de sangue, veias e corpo e continua batendo e gritando que a essência da vida nunca morre e que sempre é possível ressuscitar, renascer de si próprio. O esplendor de Zeus consome a segunda mãe de Baco em labaredas atrozes, Mas seu coração ainda bate, regurgita e vive encerrado na coxa do pai.
Dionisio, renasce a cada morte e se fortalece a cada uma delas até que conquiste o seu lugar entre os deuses, a vida é a luta contra a morte, até que vivamos a nossa própria gloria, assim temos diversas mortes em vida e diversas vidas ao longo da existência.
Na existência chamamos este ciclo de reencarnações e o imitamos na vida com o calendário anual onde em cada ciclo solar repetimos o nascer e morrer dos anos e não só podemos como também devemos lembrar que a cada ano, podemos renascer, começar de novo e aprender com nossos erros do passado.
Entremos agora num novo ano solar, lavado pelas chuvas do verão, um ano limpo e sem erros onde começamos a colher o que plantamos e depois plantamos o que esperamos colher. A colheita pode ser fraca em virtude das adversidades, o inverno pode ser duro, por sua falta, mas logo chegará a primavera e esta virá resplandecente de luz e energia e plantaremos ali o nosso futuro e nossas esperanças.
Este ano é de Marte, o Deus das Guerras e das Batalhas, que nos dará força para lutar contra o estio e contra quem se puser no nosso caminho. Marte também é o Deus dos amigos, dos que cerram fileiras conosco na batalha diária, daqueles que por vezes se arriscam para nos proteger contra os inimigos, dos amigos de verdade aqueles que nos querem verdadeiramente bem.
Portanto temos um ano novo, para refazer ou para continuar o nosso caminho. Um ano onde teremos que lutar por nós mesmos pela nossa felicidade. Teremos um ano duro, mas com muitas chances de vitória para aqueles que confiam nos deuses.
Que Marte comande as nossas lutas, nos mostrem os nossos verdadeiros amigos e afaste aqueles que que querem o nosso mal.