terça-feira, março 18, 2008

a Suprema Justiça do Brasil

Estavam lá no plenário do STF, a instancia máxima do poder Judiciário do Brasil, os juizes, o Brasão da Republica e pasmem, um crucifixo, para julgar uma ação contra a lei da biossegurança, que permite o uso de embriões descartados pelas Clinicas de Fertilização, lei aprovada em 2005. Dos juizes 4 já aviam aberto o seu voto a favor da vida, já que esta pesquisa vai propiciar melhores condições de vida e a cura de muitas doenças. Porem, um outro juiz, inconformado com a derrota da Igreja, pede vistas no processo prorrogando a decisão, e transformando a matéria a ser julgada em uma polemica decisão filosófica e religiosa.
E enquanto isto as pesquisas do uso das células tronco continuam paradas, por falta de matéria prima e outros países avançam nas pesquisas. Mais uma vez a religião nos lança no atraso nos colocando na contra mão da história. E a única razão para isto é a investida cristã contra o aborto, pois se o Supremo liberar esta pesquisa com embriões humanos eles terão argumentos mais forte para impedir a aprovação do aborto no País.
Chegamos ao absurdo em que um embrião congelado há mais de 3 anos é considerado um ser humano, e se isto for aceito pelo STF, deveremos ter uma grande mudança jurídica no Brasil, além de uma avanço significativo na medicina legal, já que estas Clinicas descartam estes embriões após este prazo poderão ser acusadas de assassinato, e a medicina legal deverá fazer autópsia destes embriões. E Possivelmente deverão ser encaminhados as suas famílias, para que os cremem ou façam um enterro Cristão para eles.
É difícil para um cristão que grita defendendo a humanidade dos embriões compreender a vida, já que fazem esta campanha contra o uso dos embriões uma campanha pelo direito a Vida.
Para a ciência e para nós pagãos a vida é muito mais complexa, pois os elementos para ela vieram de um processo evolutivo, e não de um ato de um deus criador. Os átomos de enxofre e ferro que estão em nossas proteínas vem das lavas vulcânicas do Pleistosceno, os átomos de carbono dos lipídeos dos embriões congelados já circulavam na terra nos últimos milhões de anos nos minerais e a água dos tecidos do embriões podem ter vindo tanto das lagrimas de Maria Madalena, quanto do cocô de um urubu que se deliciou com o corpo dos soldados de Tróia.
A vida é realmente muito complexa, para ser compreendida pelos que acreditam num criador dos Céus e da Terra, pois ela é fruto de bilhões de anos de Evolução, desde o nascimento e morte das estrelas. E talvez por isto, eu me revoltei tanto por ver um Crucifixo maior que o Brasão da Republica no SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.O Estado é Laico, se quizerem mostrar fé religiosa nas suas decisões deveríamos ver na parede do Supremo, não só uma Cruz, mas também uma estrela de david, um crescente, um pentagrama , um Omn e os símbolos de todas as religiões que se praticam no Brasil, pois enquanto o solitário crucifixo for mantido no supremo tribunal, não podemos confiar na sua justiça.

2 comentários:

Anônimo disse...

e ainda se diz que é laico esse governo...¬¬" quem é que acredita?
Era pra ser! Mas olha ai a prova!

Anônimo disse...

A presença de um crucifixo é tão normal quanto o uso de toga, que também tem herança religiosa, e com as aclamações a Deus feitas pela Constituição. Estado Laico não é Estado Ateu, quem critica uso de objetos religiosos, nomes, e heranças culturais não sabe discernir o que é Estado Laico. O fato do uso de símbolos religiosos não faz do Estado subordinado a uma religião e nem faz do Estado obrigado a abster-se do conceito religioso, uma vez que ele abriga a todas.

Em outras palavras, do mesmo modo que deputados podem legislar com suas convicções sexuais e levá-las para o plenário ao invés de deixá-las em suas camas, outros deputados podem levar suas convicções religiosas para o mesmo lugar, sem que o Estado esteja subordinado à autoridade sacerdotal de alguma religião. O Estado Laico é Laico para permitir que as pessoas sejam religiosas (ou não se não quiserem), ele não existe para obrigar as pessoas a se absterem da religião. Vão estudar.