Tuas palavras são impudicas, teus olhares insolentes, e és conquista fácil.
Outros te censurem: eu te louvarei.
Não admiramos cavalos arrogantes e os pássaros que vivem de cabeça erguida?
Conserva o orgulho da sua beleza. Aceitas um salário? Danae aceitou ouro.
Oferecem-te coroas? Tambem as oferecem aà virgem Ártemis.
Entregas-te às vezes aos campônios? Helena entregou-se ao pastor Paris.
Não recusas marinheiros? Jasão, o primeiro, dizem, que afrontou os perigos
do mar, foi amado por uma Nigromante.
Não desdenhas os escravos? Ó generosa amiga, não tem eles, presos em teus braços
a ilusão da liberdade.
O Vento
Por que não sou o vento? Quando passeias pela praia, eu acariciaria os teus seios nus.
O Exilado
Tem piedade, Ródope, de um infeliz que Mírteia exilou de sua morada.
Lembra-te de que outrora os ateniences acolheram os Heráclitas errantes.
Sê boa, e Mírtea ficará sabendo que me consolaste dos seus desdéns:
Pensa que os olhos dela, então, boiarão em lágrimas furiosas.