São incríveis as voltas que a vida dá, vivemos como que perdidos pelo imenso labirinto da existência, percorremos longos corredores, certos que encontramos um caminho e quando percebemos estamos correndo sobre nossos próprios passos e novamente estamos no mesmo lugar e sozinhos.
A solidão é a tônica do labirinto. As vezes encontramos outros perdidos, juntamo-nos, andamos em grupo, acreditando que assim será mais fácil encontrar a saída, mas qual, se cada vida segue o novelo traçado pelas moiras, cujo sentido final só saberemos ao fim do novelo.
Poucos tem a sorte, como Teseu de um segundo novelo ofertado pela senhora do Labirinto, mas ainda assim, este novelo só mostrava o caminho naquele labirinto de Creta e mesmo Teseu fracassou na vida, pois longe de Cnossos se perdeu no próprio labirinto.
Neste grande labirinto universal cada qual tem seu caminho, objetivo, emprego, grupo, família, mas por mais que nunca admitimos, estamos sempre sozinho do escuro, sem saber o que será no amanhã, no próximo ano, década, não sabemos mesmo se chegaremos até amanhã, nosso fio pode ter sido cortado pela cega, no momento exato em que termino esta frase..................... Não, meu fio não terminou ainda, ainda tenho tempo de divagar mais um pouco.
Gosto da vida, ainda que não tenha medo da morte, prefiro viver e perambular, per ambulat, “andar através de” tudo o que encontro. Conhecer e apreender e quando possível passar um pouco do que apreendi, mas como ensinar a viver se cada vida é solitária e diferente, já que cada um carrega o seu destino.
Volto ao meu centro, meu trono, de onde escuto muitos rodando sem destino em minha volta, perdidos nos escuros corredores. Estou no meu centro, que com toda certeza não é o centro do labirinto, nem o centro do mundo, muito menos no centro do universo, mas pelo menos é o meu centro.
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