"Ja Domnedeus no.m azir tan
qu'eu ia pois viva jorn ni mes
pois que d'enoi serai mespres
ni d'amor non aurai talan"
"Possa Deus nunca me odiar tanto
a ponto de eu poder viver dia ou mês
depois que como um estorvo eu for desprezado
ou não mais desejar o amor"
“Noih e jorn pes, cossir e velh,
planh e sospir; e pois m'apai.
On melhs m'estai, et eu peihz trai.
Mas us bos respeihz m'esvelha
don mos cossirers s'apaya.
Fols, per que dic que mal traya,
car aitan rich' amor envei,
pro n'ai de sola l'enveya.”
“Noite e dia penso, preocupo-me e velo,
choro e suspiro; e depois me acalmo.
Quanto melhor estou, pior me sinto.
Mas acorda-me uma boa esperança
que apazigua minhas preocupações.
Louco, por que digo que sofro?
Pois se desejo tão rico amor,
o próprio desejo é uma recompensa.”
(Bernard de Ventadorn ...1147-1170...)
Há muito tempo, em 1985, o Gabo, me emocionou muito com seu “Amor no Tempo do Cólera” onde Florentino Ariza que esperou cinqüenta e um anos por Fermina Daza, amando-a a cada dia se preparou e prosperou, enquanto esperava a viuvez de sua amada.
Depois, mais uma vez, em 1994, ele me encantou com o “Do Amor e Outros Demônios” sobre um visionário apaixonado pela história de uma noviça ruiva, que enlouqueceu de amor.
Agora o Gabriel Garcia Márquez, mais uma vez me surpreende com seu Memorias de mis Putas Tristes, um livro que é quase um conto de fadas na 3ª idade. È lindo lêr a história de um homem de 90 anos que após passar pais de 50 anos escrevendo uma coluna sempre igual e enfadonha num jornal, se apaixona, pasmem, por uma menina de 14 anos e virgem. E mais, cuja a vós ele nunca ouviu, pois e todos seus encontros ela estava dormindo. E depois deste encontro, que a principio tinha intenções sórdidas como conterei adiante, este senhor, que durante os seus noventa anos sempre fugiu do amor muda sua vida e sua coluna semanal, que falava sobre a cidade passa a falar de amor e faz com que ele conheça a popularidade e recomece a viver.
Em sua memórias, de uma vida sexual ativa com mulheres de aluguel, ele conta que no seu aniversário de 90, resolveu se dar de presente uma virgem, e faz com que uma Cafetina sua amiga, corrompa uma menina para colocar em sua cama. Pela menina estar muito nervosa, lhe deu uma dose de valeriana e a moça dormiu no encontro.
Uma relação de carinho e troca ocorreu entre a menina adormecida e o velho fauno, musica sussurrada no ouvido, juntamente com poesia e literatura, e mensagens no espelho do prostíbulo, e sem se falarem, aquele que julgava estar a beira da morte renasceu e com esta nova vida apaixonou a cidade toda, com sua colunas dominicais.
Bem, é melhor parar por aqui, é melhor vocês comprarem o livro, é pequeno, barato, e vale cada centavo.
Mas disse tudo isto para falar sobre uma frase do Gabbo, certa vês quando perguntado por um repórter, qual seria mais perigoso:
O Amor no tempo do Colera ou O Amor nos tempos de AIDS ?
Sorrindo, e com olhos sonhadores Gabriel Garcia Marques respondeu:
"Amar, independente do tempo sempre, foi e será perigoso."
E eu complemento, Amar pode ser perigoso, mas que é uma vida sem amor? Seca e triste como do ancião acima? Buscar não sofrer e fugir do amor é mais dolorido que as dores do amor, pois estas, fazem nosso sangue se embaralhar nas veias, nossa cabeça voar e ainda emagrecer, pois dores de amor nos deixam vazios e não é comida que vai nos satisfazer, apenas a lembrança sacia e preenche, alimentando e nos mantendo vivos.
Amar por mais que doa e seja arriscado nos faz sentir vivos, e mesmo nos finais a dor mais intensa é a das boas lembranças que temos do relacionamento. E estas memórias nunca morrem, voltando sempre a nossa lembrança, fazendo com que vivamos aquele amor que acabou, junto como outros mais antigos e outros mais recentes, até o fim de nossas vidas. Se perguntados no leito de morte se temos algo a confessar, podemos sorrir e repetir Pablo Neruda, no titulo de suas memórias: “ Confesso que Vivi ”
SONETO XXXIII
Amor, ahora nos vamos a la casa
donde la enredadera sube por las escalas:
antes que llegues tú llegó a tu dormitorio
el verano desnudo con pies de madreselva.
Nuestros besos errantes recorrieron el mundo:
Armenia, espesa gota de miel desenterrada,
Ceylán, paloma verde, y el Yang Tsé separando
con antigua paciencia los días de las noches.
Y ahora, bienamada, por el mar crepitante
volvemos como dos aves ciegas al muro,
al nido de la lejana primavera,
porque el amor no puede volar sin detenerse:
al muro o a las piedras del mar van nuestras vidas,
a nuestro territorio regresaron los besos.
( Pablo Neruda)
3 comentários:
Seu post abençoado deu-me a coragem que faltava para cometer hoje(mais)uma doce loucura por amor. De que vale a vida sem ele???
Bjos...
È Silene, mas o que eu queria mesmo é que ele também convencesse, uma moça, que não acredita mais que o amor pode mudar aos amantes e o mundo que os cerca.
Afinal Eros, o pequeno demônio, é o único que interfere até mesmo na vida dos deuses
Gwy...
Não tenho o que acrescentar, afinal palavras faltam, mas pra não passar em branco:
O que seria da vida sem a sua essência primal? Amor, o sentimento que valida tudo o que somos e seremos.
Abençoado seja o amor!
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