O que parece improvável, pois geralmente consideramos Dionisio o deus do vinho e da alegria e Hécate uma deusa dos mundos inferiores, é perfeitamente cabível quando nos aprofundamos no mito de Zagreus o primeiro Dionisio.
Zagreus foi desmembrado e comido pelos Titãs, porém Athena com o rosto coberto por caulim se juntou aos titãs e subtraiu dos Titãs o coração de Dionisio, que continuou pulsando em suas mãos, e o levou a Zeus.
Zeus construiu uma imagem de Dioniso com seus restos calcinados pelo fogo, misturados aos restos dos titãs esturricados por seus raios e nesta imagem guardou o coração pulsante de Dionisio Zagreus, até que chegasse o momento de seu segundo nascimento.
Zagreus era um Deus e portanto imortal, porém, sem seu corpo deveria descer ao Hades, mas o seu coração pulsante dizia que ele ainda estava vivo, e não conseguiu atravessar a terra dos mortos para chegar ao tártaro onde são guardados os espíritos imortais.
Neste período vestiu seu espirito com uma pele de cabra preta e seguiu o cortejo de Hécate como Zagreus Melánagis (o da pele de cabra preta) sendo conhecido como Dionisio Niktélios o que caminha a noite.
O culto de Dionisio Melánagis foi iniciado pelas filhas de Eleutero para quem Dionisio aparece como um fantasma vestido com a pele negra, quando elas não o aceitaram e o injuriaram. O deus as enlouquece, para voltar a sanidade as moças são obrigadas a adorar Melánagis, o Dionisio escuro associado aos mortos.
Um outro culto que nos leva esta associação ente Dionisio e Hécate é o seu culto em Olímpia onde Dionisio era invocado com o titulo de Herói como corresponde a habitantes do mundo subterrâneo. Era invocado pelos gritos " Axie Taúre!" ( digno touro) e pelo cantico:
Vem Dionisio Herói
Ao templo á beira mar
Vem com as graças do puro templo
Vem Raivando, com pés de Touro
Ainda não podemos esquecer da ligação de Dionisio com Ariadne a Senhora do Labirinto, que muitas vezes é vista como mãe e esposa do Dionisio Cretence, uma deusa dos mundos subterranios que morreu e foi enterrada com um filho vivo no ventre, que nasce e trás de volta sua mãe a vida. Nesta visão de Ariadne como Perséfone fica mais clara ainda da ligação de Dionisio, ou pelo menos Zagreus, com Hécate.
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