quarta-feira, novembro 14, 2007

Porque eu escrevo?


As vezes eu fico imaginando o que acontecem com os textos que jogo na rede, será que servem para alguma coisa ?

Bem eu com certeza sei que para mim servem, afinal para escreve-los eu faço uma série de consultas, leio ou releio livros e estes são como labirintos a cada leitura descubro outros corredores, investigo alguma citação que não havia me interessado, avivo na memória alguns pontos esquecidos. Creio que escrever me faz bem e se assim é, porque me preocupar se os outros estão aproveitando algo?

Não sou cristão, não tenho vocação missionária (nem o paganismo tem) e nunca pretendi catequizar ninguém, como já falei anteriormente acredito que os textos que coloco são como garrafas jogadas no mar, nunca sabemos o que vai acontecer com elas, podem ficar anos sendo levadas pelas ondas até aportarem em alguma praia, se alguém vai ler a mensagem... nunca vamos saber, e se alguém vai fazer uso do que escrevi é ainda mais difícil.

Mas continuo escrevendo, creio que é como que se me obrigando a aprender mais, vasculhar a biblioteca em busca de uma referencia que queria colocar no texto ou para tirar alguma duvida. A mitologia me fascina, muitas vezes estou buscando algo especifico e me perco nos livros lendo e revendo coisas que não pensava no momento e chego mesmo a esquecer o que estava escrevendo e continuo lendo paginas e mais paginas sobre coisas que nem me passavam pela cabeça.

O fato de escrever na rede, embora as vezes eu ache inútil, sempre me traz muitos benefícios além o de aumentar meu conhecimento, de certa forma apesar do ato solitário da leitura e escrita, publicar os textos aumentou e muito meu circulo social, pois através da rede conheci várias pessoas, muitas mesmo. È claro que muitas destas passaram por minha vida sem deixar nenhum rastro, outras porém acabam fazendo parte da minha vida. Deve ser a tal da peneira, que deixa passar pelo crivo toda a areia, retendo apenas o que é metal precioso ou gemas. Então, penso que estas pessoas que passaram pela joeira, são realmente o joio, e as que ficaram são realmente trigo, que nos alimentam e nos fortificam. E se não fosse o ato de escrever eu teria perdido estes preciosos grãos.

É claro que entre os grãos perfeitos, os diamantes e o ouro que restou na peneira, também ficaram algumas pedras brutas, possíveis jóias que precisam de lapidação e algumas destas venho lapidando há anos e me dão uma imensa alegria ao ver que começam a brilhar, que com algumas centelhas e lampejos iluminam as trevas da ignorância que é característica do nosso tempo.

É por isto que continuo escrevendo, não por que seja bonzinho (isto não sou mesmo), nem para angariar discípulos (não tenho muito saco para isto), escrevo para ganhar conhecimento e conhecer pessoas e isto os deuses tem me dado, se tivesse medo de escrever errado ou repassar conhecimentos, não encontraria as pessoas maravilhosas que conheço, nem faria parte da tribo que me acolheu.

Escrevo porque sou hedonista e escrever já me deu grandes prazeres.

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