terça-feira, janeiro 17, 2012

Labirintos Transitórios


Labirintos, eles podem ser feitos de qualquer coisa, eles sempre te darão outra visão da realidade, às vezes mais nítidas outras distorcidas, mas sempre que você deixa um labirinto, uma parte dele segue com você.

No SESC Pompéia a exposição - Olafur Eliasson – Seu Corpo da Obra transforma os salões do SESC em vários labirintos e como dizia Borges, é estranho que os homens construam coisas pra se perder,  o primeiro labirinto da exposição feito com enormes paredes de acetatos coloridos onde perdíamos a noção de cor pela sobreposição destas e perdíamos a significação do espaço víamos o outro lado e não podíamos atravessar as paredes coloridas ou encontrávamos o córrego artificial que corta o espaço.

O segundo labirinto, precisa ser visitado urgentemente por todos aqueles que buscam a luz e fogem das trevas, pois é um labirinto sem paredes,  um labirinto de nevoas luz e trevas. Entramos pelas trevas sem ver nem a luzes ou as névoas. Não distinguimos nem mesmo a pessoa com quem falamos, a escuridão nos toma inteiros não vemos nem o próprio nariz, mas não é tão aterrador, afinal não foi a primeira vez que a treva nos cegou.

Caminhamos buscando uma linha reta, para encontrar outra parede para poder chegar até a saída, mas nisso começa a clarear e e passamos a distinguir vultos e já não nos trombávamos com outras pessoas, aí chegamos a zona dos meios tons, onde podíamos até distinguir o rosto nas pessoas que como nós se perdiam no labirinto.

A grande Surpresa foi quanto mais avançávamos em direção a luz, nossa visão se esvaia na brancura da nevoa e novamente nos cegava...

Tanto a Luz quanto a escuridão nos cega, e sabemos que a luz pode nos cegar permanentemente e nas trevas a cegueira é passageira. Somos seres dos meios tons, nos perdemos tanto na luz quanto nas trevas e só vamos nos encontrar quando estamos longe das  extremidades.

O humano tem seus limites, e se quisermos alcançar algo é entre estes pólos que deveremos andar, qualquer tentativa de nos aventurar alem destes extremos nós desbaratamos e dissipamos e podemos não retornar jamais, a nós mesmo.

Nunca esqueçam as palavras do frontispício do Templo de Apolo em Delfos “Conheça a ti mesmo, mas deves lembrar ainda mais do que está escrito na saída “E se ajuste a sua própria Medida”.

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