sexta-feira, janeiro 20, 2012

Obsessões, compulsões e névoas de fumaça.


Estava fazendo do meu jeito, ou tudo ou nada, (Aut César aut nihil) No dia da Lua, com uma dose razoável de Ziban no organismo, acordei e fiquem sem fumar até as 16:30. No dia de Marte, fiquei sem fumar até as 19:00 e meus planos no dia de mercúrio seria o de não fumar nenhum, pois ia na consulta e aproveitaria para pedir uns paths de nicotina.

Conversando com a médica que por sinal é ótima, ela levantou um ponto fundamental, e o que eu iria fazer com a minha compulsividade? Para onde eu iria direcioná-la? Comida, Ginástica, Sexo, sim já fui compulsivo sexualmente, e isto acabou com meus primeiros casamentos, ou para onde eu iria dirigir a compulsão e o meu comportamento obsessivo. Se eu parasse de fumar sem entender estas coisas, eu poderia desenvolver uma serie de outras obsessões e compulsões e que num destes momentos ou quando algo desse errado ocorresse eu voltaria a fumar compulsivamente.

De certa forma, isto já tinha acontecido, quando parei de fumar a uns oito o nove anos atrás; fiquei três anos me abstendo dos cigarros, após isto num check up, o médico olhando uma chapa dos pulmões, me deu os parabéns por nunca ter fumado, concomitantemente aconteceram duas situações de stress e em uma delas “precisei” fumar, mesmo que para mim naquele momento o cigarro não era mais gostoso, o gosto era ruim e me dava tonturas, mas mesmo assim fiz isto para não resolver as situações estressantes na impulsividade. Com isto voltei a fuma compulsivamente a duas carteiras de cigarro por dia.

Preciso então apreender a controlar, e perceber quanto realmente meu corpo necessita (sim necessita sou um viciado) da Nicotina, e quanto eu acendo um cigarro atrás do outro por obsessão?  O primeiro dia da experiência (ontem) eu fumei apenas 10 cigarros contra os 40 ou mais que eu fumava normalmente, hoje que observar isto ainda melhor e se possível reduzir mais. Quando chegar a uma decisão de quanto eu realmente preciso de nicotina por dia, troco o cigarro pelos adesivos, e minha luta será apenas contra a compulsão e o habito de fumar, pois o vicio e a dependência química estarão controlado pelos adesivos.

Achei interessante, e estou fazendo isto, creio que será menos sofrido que como eu queria fazer. Com o corte abrupto, o sofrimento seria maior e compulsivo, eu paro e pronto, e foda-se, no resto sou forte o bastante para parar com esta merda. Isto não seria consciente e racional.

Creio também que esta experiência também possa me fazer uma pessoa, melhor, afinal meus Dois primeiros deuses, Dionísio e Posídon, são ambos vulcânicos e explosivos e eu preciso aprender a lidar com estas características dele.

Hoje mesmo uma pessoa que amo, me ligou perguntando se eu tinha parado de fumar, e quando fui explicar tudo isto que expus acima, ela brincou: “há... Você está enrolando pra parar” isto foi o suficiente para um sonoro PUTAQUE O PARIU, PORRA vc não entende que estou fazendo um tratamento, e que estou sendo orientado por médicos especialistas nisso? Eu não precisava ter feito isto, mesmo estando numa situação limite, com tudo que deu errado na minha vida no ano passado e que preciso consertar toda a minha vida, para um novo e glorioso recomeço, que sei que acontecerá. Mesmos estando como o Chico escreveu:

“Deixe em paz meu coração / Que ele é um pote até aqui de mágoa / E qualquer desatenção, faça não /Pode ser a gota d'água”

Devo aprender a controlar estas explosões, terremotos e maremotos, mesmo porque fico terrivelmente triste, por ofender quem eu amo, por uma bobagem estúpida que foi dito em tom de brincadeira.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom seu relato. Também estou tentando parar de fumar e vou travar uma guerra contra a nicotina. Também sou compulsivo, isso é o que mais pega. Mas estou com uma curiosidade sádica de saber o quanto aguento sem nicotina. Somente com um pouco de sadismo e masoquismo acho que conseguirei para de fumar. Esse negócio todo tem que me dar prazer em testar meus limites e também em sofrer com a abstinência. Ah, e tem toda razão em mandar pra puta que pariu quem acha de não parar de fumar tem haver com falta de vontade ou caráter.